Nascemos empreendedores ou nos tornamos?

* Por Valéria Vicenti

Encontramos pelo caminho jovens que desde cedo contam com uma energia de empreendedores surpreendente, uma desenvoltura encantadora no ato de negociar, de vender e bem comprar, suas ideias, desejos e inquietações. Quantas vezes não nos encontramos negociando com nossos filhos, sobrinhos, na mesa do café da manhã, o sim ou o não de um pedido ou um deslize leve? Quantas vezes somos os sócios, clientes e fornecedores (com muita frequência os investidores) de uma ideia que mesmo maluca foi tão bem “vendida” que lá estamos nós, de braços dados apoiando nosso “mini empreendedor”?

Nascemos empreendedores?

Acredito que todos nascemos empreendedores, negociadores, compradores e vendedores natos das nossas necessidades, desejos e sonhos. Acredito que alguns mais, outro menos, mas todos com esse potencial a ser desenvolvido. A formação empreendedora ainda se encontra muito sutil no Brasil. Enquanto infância, passa até despercebida, e não nos damos conta que, se aprimorarmos essa habilidade, nossas crianças serão jovens profissionais de destaque. Não só na vida empreendedora, se assim escolherem, mas em qualquer profissão que optarem seguir.

Nestes últimos anos, empreender se transformou em um verbo amplo, de conjugação múltipla, sem limite de idade e sem geração. Em um verbo, que precisa ser conjugado acompanhado de outras palavras mágicas como: inovação, criatividade, empatia, capacitação, treinamento, excelência, melhoria contínua, compartilhamento de ideias e conhecimento, pois sozinho não funciona mais.

Na prática

Empreender por empreender, empreender por conhecer “do negócio” e não “de negócio”, é estar fadado a se perder, a abrir e a fechar, na mesma intensidade, velocidade e energia. E isso vale para os profissionais de todas as áreas e locais, pois se essas palavrinhas mágicas também não os acompanharem, aí sim, precisarão se preocupar com o futuro e o amigo robô que vai chegar. Então empreender é para todos, em qualquer lugar!

Em agosto fui convidada a participar da Feira de Empreendedorismo Infantil aqui na China, uma “lokura” prazerosa de se ver, de conhecer e interagir. As mães, durante o evento, se sentem orgulhosas de incentivar as crianças desde cedo a criarem e desenvolverem a sua linguagem de negociação. Muitas confirmam que o importante, em exercícios praticados periodicamente como esse, é desenvolver habilidades em seus filhos que serão importantes no futuro para qualquer profissão, tanto para as que existem quanto para as que virão.

As crianças são convidadas a venderem, após eles mesmo reabilitarem, os seus brinquedos que não brincam mais, desenhos, seus livros de contos lidos, livros escolares . Tudo o que se transforme em um ótimo exercício de comunicação, desenvoltura, negociação, empatia, simpatia e carisma, e claro, de desapego saudável. Algo que me impressionou: alguns “vizinhos”, sentindo a dificuldade de venda do empreendedor ao lado, segue a ajudar na argumentação. Impressionante! Empatia, foco, cooperação, respeito e união sendo trabalhada por meio de uma “simples” venda. Amei de paixão.

Resumindo

Então, vamos lá avaliar em que estágio estamos, o quanto, independentemente da idade, temos que nos abraçar as palavrinhas mágica para conjugar o verbo empreender de forma robusta, sustentável, para se alcançar o sucesso tão desejado. Vamos lá olhar para os lados, para a família, para os jovens e crianças e assim incentivar, contribuir, disseminar a formação empreendedora com o apoio de ferramentas simples como economia doméstica, tendo como base o controle das “suas moedas”.

Fica dica, até a próxima! Abraço enorme de grande! #JuntasSomosMaisFortes, muito mais criativas e imbatíveis! Sucesso Sempre!

* Valéria Vicenti, Embaixadora Rede Mulheres Empreendedoras (RME) na China. Correspondente e Mentora do clube fechado curitibano, Clube da Alice, engenheira. Mais de 20 anos de experiência executiva em gestão de pessoas e processo.

Fonte: Startupi

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