OS IMPACTOS GERADOS PELA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Em 1776 Adam Smith descreveu em seu livro, A Riqueza das Nações: Investigação Sobre sua Natureza e suas Causas, as mudanças do processo de produção numa fábrica de alfinetes. A partir daquele momento, os trabalhadores tornavam-se especialistas em uma única função, produziam apenas uma parte do produto e não mais o todo. Aquele era o início da primeira Revolução Industrial.

A primeira Revolução Industrial ficou conhecida como a revolução do carvão, porque as máquinas eram movidas à vapor. Durou da invenção da primeira máquina à vapor, em 1756, até 1840, com a introdução das máquinas movidas à energia elétrica. O uso da eletricidade viabilizou a produção em massa. A Segunda Revolução Industrial, durou de 1840 até o final da Segunda Guerra Mundial.

Com o final da guerra, as empresas passaram a adotar uma série procedimentos desenvolvidos durante a guerra, como o uso da logística, procedimentos de gestão e estratégias. Deu-se o início da Terceira Revolução Industrial. Também marcada pelo uso de múltiplas fontes de energia (elétrica, nuclear, uso de combustível fóssil), da tecnologia da informação, dos computadores e da robótica. Agora, a indústria vive a sua belle epóque. Uma nova Revolução Industrial está surgindo.

Mas, se Adam Smith estivesse vivo, como descreveria a nova indústria? Muito menos ocupada por pessoas e muito mais ocupada por máquinas. Em tese, a Quarta Revolução Industrial será marcada pela colaboração entre homens e máquinas. A diferença está no papel desempenhado por cada um. A máquina ganha autônima através do uso da inteligência artificial, através da análise de dados e do reconhecimento de padrões que correlacionam os dados à decisão. As decisões, dentro do processo produtivo, vão depender mais das máquinas e menos dos seres humanos.

Várias serão as tecnologias habilitadoras deste processo. A robótica avançada, com uso de máquinas multifuncionais, é uma delas. A internet das coisas, que nada mais é do que a capacidade dos objetos se conectarem à internet possibilitando o controle dos objetos através do uso da rede, é outro exemplo de tecnologia habilitadora. Juntam-se o cloud computing (computação em nuvens), que consiste na capacidade de armazenamento de dados empresariais e servidores compartilhados, através do acesso pela da internet, e o Big Data, que consiste na capacidade de capturar dados, armazenar, processar e avaliar as informações relevantes.

As tecnologias reconfigurarão não só as empresas, mas a sociedade como um todo. As cidades inteligentes vão permitir o controle do uso da energia elétrica e da água, nas vias públicas e em casas, através do uso de sensores. Será possível monitorar a rotina dos idosos e otimizar o atendimento em postos de saúde. O processo de gestão pública permitirá muito mais a participação das pessoas através de sugestão, de denúncias e reclamações.

Os mais céticos podem desacreditar que seja possível à um país como o Brasil, com tantos problemas estruturais, estar inserido em tamanho desenvolvimento tecnologia. Mas, novamente, Adam Smith tem a resposta. As forças de mercado farão as vezes de elemento regulador e impulsionarão a inciativa privada a demandar a tecnologia necessária adequando os processos de produção.

📚Prof. Dra Adriana Bertoldi Carretto de Castro. Formada em Ciências Econômicas (UNESP). Mestrado e doutorado em Engenharia de Produção (USP). Professora e Pesquisadora da Fatec-Jahu.

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